segunda-feira, 5 de abril de 2021

Modernismo no Brasil - Tarsila do Amaral

Tarsila e o modernismo


Tarsila do Amaral figura entre os mais conhecidos e aclamados nomes da pintura nacional, sendo um ícone do modernismo brasileiro. Integrando diversos elementos típicos da cultura brasileira, a artista foi capaz de produzir uma identidade cultural própria, que assimilava as tendências da arte moderna europeia, ao mesmo tempo que lhes dava as cores nacionais.

Em 1918, começou a ter aulas de pintura no ateliê de Pedro Alexandrino, onde conheceu a pintora Anita Malfatti. Em 1920, partiu para Paris, onde permaneceu até junho de 1922, estudando na Académie Julien e tomando aulas com o pintor Emile Renard. Foi a partir de cartas enviadas por Malfatti que Tarsila tomou conhecimento da Semana de Arte Moderna, ocorrida em fevereiro de 1922.

De volta a São Paulo, Malfatti apresentou Tarsila aos artistas modernistas, e foi formado, então, o “grupo dos cinco”: Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mario de Andrade, Menotti del Picchia e Tarsila do Amaral. 

Para além do período modernista, sua obra mais famosa, O Abaporu, símbolo do Manifesto Antropófago de 1928, é também o quadro mais valioso da história da arte brasileira. Ademais, Tarsila do Amaral é uma das grandes representantes da arte latino-americana, com exposições dedicadas a ela circulando por grandes museus ao redor do mundo.

Embora não tenha participado ativamente da Semana de Arte Moderna de 1922, Tarsila tornou-se o grande nome das artes plásticas do modernismo nacional. Foi só a partir de seu encontro com os artistas modernistas que Tarsila desenvolveu, de fato, o estilo pelo qual ficou conhecida.

Suas viagens pelo Brasil, especialmente pelo interior de São Paulo e de Minas Gerais, em 1923, renderam-lhe inspiração para suas primeiras composições de influência cubista, em formas geométricas estilizadas, fazendo uso das cores consideradas “caipiras” por seus mestres anteriores, ligados à pintura acadêmica.


No trecho a seguir, Tarsila revela suas intenções e seu compromisso com a busca de uma arte verdadeiramente brasileira, empreitada modernista por excelência:


“Sinto-me cada vez mais brasileira: quero ser a pintora da minha terra. Como agradeço poder ter passado na fazenda minha infância toda. As reminiscências desse tempo vão se tornando preciosas para mim. Quero, na arte, ser a caipirinha [da fazenda] de São Bernardo, brincando com bonecas de mato, como no último quadro que estou pintando.”

(Carta de Tarsila do Amaral à família, quando da sua estada em Paris, em 1924)


A obra de Tarsila do Amaral é dividida em três principais fases: a primeira, chamada pau-brasil; a segunda, antropofágica, e a terceira, de cunho social.

Fase pau-brasil

Relaciona-se às obras produzidas entre 1924 e 1928, a partir das viagens ao Rio de Janeiro, no Carnaval, e às cidades históricas de Minas Gerais. É a aplicação das tais “cores caipiras”, rejeitadas pelos mestres acadêmicos das pinturas, e da grande intenção de Tarsila em representar o Brasil rural e urbano em seus quadros. As obras dessa fase expõem a influência do cubismo e temas que são sobretudo paisagens brasileiras, tais como Morro da Favela (1924) e São Paulo (1924).

Fase antropofágica

Teve início em 1928, a partir da icônica obra Abaporu – cujo nome é a junção dos vocábulos “aba” e “poru”, significando “homem que come” em tupi-guarani. Pintado como presente de aniversário ao seu então marido, Oswald de Andrade, tornou-se muito mais do que isso: foi a inspiração principal para a redação do Manifesto Antropófago e para o início de um movimento artístico que teve expoentes em diversos segmentos da arte nacional.

A ideia central do projeto antropófago era devorar as influências da cultura europeia, já que elas não se aplicavam às condições brasileiras, e a partir da deglutição, modificar o que foi devorado, produzindo arte genuinamente nacional.

A pintura antropofágica de Tarsila mistura o aprendizado moderno do cubismo com um universo de densidade mística e onírica, bastante enraizado na cultura brasileira, fazendo uso de cores vivas, como o vermelho, o roxo, o verde e o amarelo. Fazem parte dessa fase, além do Abaporu (1928), as obras A Negra (1923), que antevia essa fase, O Ovo [Urutu] (1928), A Lua (1928), Floresta (1929), Sol Poente (1929), entre outras.

BRANDINO, Luiza. "Tarsila do Amaral"; Brasil Escola. 
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/tarsila-amaral.htm. 
Acesso em 22 de setembro de 2020

A seguir algumas das obras da artista:






As obras de Tarsila do Amaral são comumente usadas nas aulas de Arte tanto do Ensino Fundamenta I e II como no Ensino Médio devido à sua temática brasileira e o caráter lúdico que podem apresentar ou sugerir.
 
 

ATIVIDADE:

- Você deverá escolher uma das obras de TARSILA DO AMARAL exibidas acima e fazer uma releitura.
 
- A técnica é associação de objetos diversos - papeis coloridos, botões, alimentos (cuidado com o desperdício), tecidos, brinquedos, folhas e flores, terra, areia, pedras, brinquedos diversos, fios, lantejoulas ou miçangas, ... o céu é o limite na questão de imaginação
 
- Tire a foto do seu trabalho e envie na plataforma até a data solicitada.
Veja EXEMPLOS: (lembre-se que seu trabalho deverá ser sobre Tarsila do Amaral)